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Mostrando postagens de maio, 2020

Dia da África e os laços que precisamos celebrar

Foi no dia 25 de maio do ano de 1963 por intermédio do imperador da Etiópia, Haile Selassie, que nasceu a Organização da Unidade Africana que posteriormente viria a se chamar União Africana (2002). Até os dias atuais celebra-se essa data como o dia da África, com o objetivo de demarcar a importância histórica do envolvimento de 32 países africanos que pensaram em Unidade, em reforçar os laços, incluindo cada um de nós os africanos em diáspora. Trago comigo, em minhas falas de estudo e militância, princípios do pan-africanismo, da afrocentricidade e unidade africana. No texto de hoje entrelaçada a cada um desses princípios quero falar sobre laços, dos palpáveis aos intrínsecos que fazem com que seja extremamente necessário comemorar e mais do que isso refletir sobre a data de hoje. Acredito que essa celebração reforça que nossa reconstrução enquanto povo se dará a partir de uma África livre, no continente e na nossa subjetividade dada na diáspora. O Honorável Marcus Garvey, quando e

Carta para a minha mãe

Faz um tempo que todos os meus textos remetem a você. Se antes eu já te usava como referência para muitas coisas, e sim eu já tinha total ciência disso, atualmente vejo você em praticamente todas as minhas falas, sinto sua presença e ouço sua voz em cada dúvida que tenho. Você me fez ser quem sou hoje! Dentre as inúmeras crises que sempre permearam a minha existência, de uma coisa eu tenho certeza você veio ao mundo para acender meu sol. Com sabedoria ancestral, me orientou a ser um ser humano melhor todos os dias. Talvez eu não tenha aproveitado bem a oportunidade, a gente sempre acha que alguma coisa ficou para traz, que algo não foi dito, que o mundo é injusto, porque nós duas merecíamos mais tempo juntas. De uma coisa eu tenho certeza: nós aproveitamos o nosso tempo! Seja nas brigas, nas diferenças que alimentamos e de todos os gritos que elas causaram, nós vencemos tudo isso e nos tornamos amigas. Você aceitou meu crescimento, desde que eu atendesse suas ligações, eu ace

Odeio falar sobre cabelo

Deveria estar fazendo outras mil coisas que foram planejadas para o meu dia de hoje, mas a vontade de escrever é assim, ela vem e muita das vezes não dá para resistir, por isso, aqui estou escrevendo algo que vem permeando minha fala nos últimos meses: Eu odeio falar sobre cabelo. Resolvi escrever, porque, não dá para simplesmente odiar um tema é preciso discorrer sobre ele. A discussão sobre o cabelo para nós mulheres negras, muitas das vezes é o primeiro contato político com o debate frente às violências racistas que enfrentamos em nosso cotidiano, isso, devido ao fato de que essa sociedade machista produz um estereótipo padrão no qual todas as mulheres devem se encaixar para serem aceitas diante da sociedade. Para nós, esse padrão fica ainda mais inatingível frente a um cabelo que não se adéqua ao que o ocidente nos coloca como perfeito e diante desse problema, NÓS SOFREMOS! Todas nós, ou melhor, a grande maioria PRETA enfrentou horas de alisamento químico com dores, ferid