Agnes Maria

Tenho uma teoria muito particular sobre as quartas-feiras. Elas simplesmente não passam. Saímos de casa cedo enfrentamos o ônibus lotado, no meu caso, ou o trânsito, no caso das grandes capitais. Chegamos ao trabalho contando os minutos para que o dia acabe, e, finalmente, chegue a hora de realizar as atividades que realmente nos apetecem. Não na quarta-feira, nela, os minutos não correm com tanta facilidade. Veja bem! Na segunda-feira passamos por todo esse trajeto de forma sorridente porque estamos descansados, ou com olheiras por termos “manguaçado” no final de semana, mas sempre com um sorriso no rosto, porque segunda-feira nos transmite aquele ar de recomeço, de nova chance, de concertar as burradas ou problemas da semana anterior. A terça é a ressaca da segunda. É um dia em que os novos desafios começam a surgir e percebemos que se pulamos três “ Everests”, na semana anterior, nessa semana pularemos quatro. Mas tudo bem ainda é terça-feira, tudo está só começando.

O peito aperta e queima a garganta. O sono hoje, passou longe das minhas manhãs entediadas, quando o serviço é pouco, ou quando consigo realizá-lo, em um bom tempo hábil. Estou elétrica como se tivesse corrido meia maratona, ou se como eu precisasse correr.  Todos dizem que é algo passageiro que eu preciso ter paciência, que preciso controlar a minha raiva e quanto mais ouço isso, mais difícil se torna passar por cada minuto de vida que tenho. Estou me sentindo como se estivesse escrevendo uma carta suicida. Mas não é nada disso, eu gosto da vida, gosto de viver de ter emoções e sensações, mas o que eu estou sentindo hoje, está doendo demais. Novamente meus sonhos indo por água abaixo. Novamente a felicidade se esvaindo das minhas mãos. E a impressão que eu tenho é que a culpa é só minha. É como se não houvesse um relacionamento em questão, é como se eu tivesse escolhendo sofrer. Meu foco nas últimas 72 horas tem sido apena um. Não que esse não seja um bom foco para de